Você já parou para pensar quem é o seu público, quem compra efetivamente de você? Eu sei, parece uma pergunta boba e talvez você pense logo de cara: “claro que eu sei!”. Embora pareça engraçado, nós não temos muita noção de quem é nosso público, principalmente quando estamos no início do negócio.

Quer um exemplo (adoro eles!)? Na Tuty o carro-chefe são as papelarias para festa e, normalmente, o público que compra o produto é mãe. Aliás, elas representam 98% do meu público. Mas aí chega o Dia das Mães e produzo um kit especial para as mamães, e eu te pergunto: quem vai comprar o meu kit? É a mãe? Mas será que ela não vai ganhar esse kit?

Partindo daí, eu tenho sempre que pensar em para quem eu vou fazer esse kit, ou seja, para quem vai ganhar E para quem vai comprar esse kit. Muitas vezes, os kits de presente quem vai usar não é quem compra, então, eu tenho que atingir dois públicos com o mesmo produto.

No Dia dos Namorados, quem compra o kit é a namorada ou a esposa, ou seja, é uma mulher, mas quem usa é o homem. Ou seja, tenho que fazer um kit masculino, que vai ser comprado por uma mulher e isso é muito difícil – e a saga se repete no Dia dos Pais. Já no Dia das Mães eu tenho que fazer um kit feminino, que será comprado por uma mulher, porém, não será ela quem irá usufruir do kit.

A saída que encontrei foi pensar em como a pessoa que vai presentear gosta de fazer isso. Com alguns testes e pesquisas, cheguei à conclusão de que a minha cliente gosta muito de presentear com algo handmade. Então, no Dia dos Namorados, fizemos um kit com scrapbooking, em que ela teria que montar um álbum com as fotos dela e do namorado. Esse foi um kit que fez sucesso porque é um presente criativo, cheio de detahes e feminino, porém, não é tão feminino que não possa ser dado a um homem.

A mesma estratégia usamos no Dia dos Pais, embora o layout fosse bem masculino, a concepção do kit era feminina: um livrinho para ser montado com o filho, em que a criança desenharia e escreveria coisas que descrevessem a relação com o pai. Como quem compra é a mãe, a ideia do kit faz parte do universo que as agrada. Conclusão: ganhamos o coração de quem efetiva a compra, sem deixar de agradar quem recebe o presente.

Para todos os seus produtos, é muito importante você pensar no público que se forma em torno dele. Será que quem compra é quem recebe? Se sim, ótimo, você vai pensar em apenas uma comunicação. Mas se não for, o trabalho de planejamento e criação é diferenciado e merece uma estratégia específica para funcionar.

Se você anda achando que seus produtos não estão vendendo muito, talvez valha uma avaliação minuciosa pensando exatamente sob essa ótica de quem compra e quem usa o seu produto. Que tal?

Depois, vem aqui contar para mim os resultados dessa análise!